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Bad Boys ou meninos perdidos
*Por Mario Eugenio Saturno As leis brasileiras são muito brandas para crimes de menores de idade quando comparamos com os Estados Unidos e a Inglaterra. Há um ano, o governador de São Paulo propôs algumas alterações nas leis, como aumentar a punição para os adultos envolvidos nos delitos com jovens. Pois é, deveriam aumentar muito mesmo, assim parariam de usar menores ou de culpar os menores. Um ano depois e o Congresso? Nada! Enquanto isso, a nação não precisa esperar sentada, pode tomar conhecimento da pesquisa feita pela Universidade de Michigan, Universidade de Duke, Universidade de Pittsburgh e de outras instituições. Cientistas estão estudando o papel do ambiente e da biologia ao longo do tempo para moldar o comportamento humano. Desenvolvem um novo campo da ciência chamado Neurogenética, que combina genética, neurociência e psicologia. E novas técnicas são usadas para aprender como os genes e os processos neurais interagem em ambientes agressivos, como bairros perigosos ou pais agressivos, para aumentar o risco de comportamento anti-social na criança. São consideradas ainda a empatia e a personalidade da criança. Dessa forma, os cientistas estão começando a entender quais meninos estão simplesmente sendo meninos e quais meninos estão destinados a serem problemas. Quando as crianças mentem, enganam ou roubam, os pais naturalmente se perguntam se elas vão crescer com esse comportamento anti-social. É essa pergunta que a Neurogenética quer responder analisando como os genes, a experiência e o cérebro trabalham e o que fazer para reduzir o risco de que as transgressões normais da infância desenvolvam-se em transtornos de conduta na adolescência e na maioridade. O transtorno de conduta atinge cerca de 10% da população e ocorre com mais frequência na parte da população masculina e de baixa renda. Um estudo mostrou que as crianças impulsivas tem um risco maior de desenvolver comportamentos anti-sociais se elas vivem em bairros perigosos. Em um dos estudos, viram a influência da amígdala, não a da garganta, mas a que se localiza no cérebro e tem o mesmo nome. Essa amígdala tem a forma de uma amêndoa, faz parte do sistema límbico do cérebro, é responsável pelo medo e está associada ao comportamento impulsivo, agressivo, bem como desordens de ansiedade e depressão. A influência da amígdala é moderada pelo ambiente, incluindo o apoio social que recebem, seja o apoio da família, dos amigos, vizinhos ou profissionais. Os pesquisadores identificaram alguns itens específicos que são determinantes para o comportamento anti-social. Tais como se a criança é cruel com os animais, se não parece sentir culpa depois de se comportar mal, se é sorrateira, mente, se é egoísta ou não sabe compartilhar, e se não muda o seu comportamento como resultado de punição. Este teste funciona bem com crianças a partir dos 3 anos de idade. E os pais não precisam ficar desesperados, os pesquisadores viram que algumas atitudes podem corrigir os filhos do mau caminho. E até treinam os pais para corrigirem os filhos de um modo mais positivo e recompensando bons comportamentos. *Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano. ...


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